Uma nova forma de enxergar a relação entre humanidade e natureza, baseada em consciência, sustentabilidade e transformação global.
Em um mundo onde as crises ambientais se intensificam, surgem vozes que desafiam o modelo tradicional de exploração da natureza e propõem um novo caminho. Uma dessas vozes é a da Dra. Vanessa Hasson, uma referência nacional e internacional na luta pelos Direitos da Natureza.
Advogada, doutora em direito e diretora da MAPAS, organização que fundou para promover a regeneração da relação entre humanidade e natureza, tem uma trajetória marcada pelo compromisso com a causa ambiental.
Ela é uma referência no assunto. E, nesta entrevista exclusiva, exploramos sua visão, suas experiências e o impacto de suas palestras e projetos. Prepare-se para uma conversa inspiradora com uma das maiores especialistas no tema.
Para início de conversa, o que é a MAPAS e qual é o impacto do seu trabalho?
A MAPAS é uma organização internacional que promove caminhos para o Bem Viver e o reconhecimento dos Direitos da Natureza.
Foi fundada em 2004 com a missão de transformar a relação entre os seres humanos e a natureza, trazendo uma abordagem que vai além da conservação ambiental: buscamos uma real mudança de paradigma.
Trabalhamos em parceria com comunidades locais, especialistas e instituições globais, como a ONU, onde contribuímos para a iniciativa Harmony with Nature.
Nosso objetivo é impulsionar uma transformação com a ampliação das consciências humanas, incentivando uma visão de mundo que respeite e proteja a vida em todas as suas formas.
Você tem uma formação acadêmica extensa. Poderia detalhar como as suas qualificações em direito e meio ambiente a capacitaram para liderar iniciativas na área ambiental?
São mais de 30 anos no exercício da advocacia, que se iniciou na defesa dos direitos empresariais, se ampliou com a atuação no terceiro setor e intensificou com as relações e prestação de serviços ao primeiro setor.
Junto dessa experiência profissional fui aprofundando minha qualidade de pesquisadora e hoje, minhas qualificações em direito, incluindo meu doutorado em Direito Difusos e Coletivos pela PUC/SP, meu mestrado em Direito das Relações Internacionais com ênfase em Meio Ambiente também pela PUC/SP e minha especialização em Direito Ambiental pela USP, me deram as ferramentas e o conhecimento para liderar iniciativas como a MAPAS e o assessoramento aos projetos na esfera pública e privada.
Com essas qualificações consigo compreender e atuar nos aspectos legais, políticos e ambientais relacionados ao restabelecimento das relações e interesses dos diversos setores com a Natureza.
A sua experiência profissional abrange mais de 30 anos em projetos de sustentabilidade e meio ambiente. Poderia compartilhar alguns dos momentos mais marcantes dessa trajetória?
Ao longo da minha trajetória, que se iniciou com a gestão de recursos hídricos na década de 90, tive muitos momentos marcantes. Fui responsável pela implantação jurídica da Agência de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê em São Paulo, órgão executivo do Sistema de Gerenciamento do Estado de São Paulo.
A criação da MAPAS em 2004 foi o resultado da minha paixão pela Natureza e da percepção da necessidade de uma mudança sistêmica.
Entendi que a reconexão com a Natureza é fundamental para superar a crise ecológica e o ponto de não retorno, que os estudos científicos demonstram estar próximo, e a MAPAS surgiu como um veículo para essa transformação.
E por falar em palestras internacionais, como essas participações contribuem para a promoção dos Direitos da Natureza e quais resultados tangíveis já viu?
Minhas participações como palestrante internacional e em eventos como o TEDx Amazônia e reuniões anuais da ONU são oportunidades valiosas para disseminar os princípios dos Direitos da Natureza em escala global e fazer a ponte com organizações que compartilham a mesma causa.
Por meio dessas participações, busco inspirar pessoas e organizações a repensarem sua relação com a Natureza, buscando soluções baseadas na Natureza e alinhadas ao ESG, além de contribuir com a elaboração de documentos e políticas importantes.
Um exemplo são os relatórios da ONU que auxiliaram a Assembleia Geral a encaminhar a aprovação de uma Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra.
Doutora, sua experiência pessoal com a natureza, desde a infância, é bastante marcante. De que forma essa conexão pessoal influencia o seu trabalho?
Minha conexão pessoal com a Natureza influencia profundamente meu trabalho.
Ela me ensinou sobre o fato de sermos todos interconectados e de experimentarmos uma relação de interdependência como seres da Natureza que também somos. Daí decorre a importância da harmonia, em todas as relações entre seres humanos e além humanos, com respeito a agirmos como a Natureza age, em ações de reciprocidade, reconhecendo a complementaridade e a necessidade de cooperação.
Essa perspectiva se reflete na forma como abordo a questão ambiental. Vou além da gestão dos “recursos naturais” para, do aprendizado com a Natureza que é organicamente abundante, transmitir conhecimentos em relação à governança das corporações, políticas públicas e facilitação de processos com comunidades locais, buscando a ampliação das consciências humanas e incentivando a mudança do paradigma antropocêntrico para outro centrado na vida como um todo.
Acredito que essa mudança é fundamental para regenerar a nossa relação com a Natureza e garantir a nossa sobrevivência a longo prazo.
Além de sua atuação na MAPAS, você também oferece palestras para empresas e outras organizações. Poderia nos contar sobre os temas que você aborda nessas palestras e como eles podem beneficiar quem os ouve?
Sim, ofereço palestras corporativas e inspiracionais para disseminar os princípios dos Direitos da Natureza e promover uma mudança de paradigma no relacionamento com o meio ambiente. Elas são projetadas para inspirar, educar e capacitar pessoas e organizações a adotarem práticas mais sustentáveis e inovação na governança alinhada com o bem viver.
Entre os temas que abordo, destaco duas: “A natureza aliada ao ESG” e “Direitos da Natureza e políticas públicas de bem viver”.
Na primeira, o objetivo é capacitar os participantes a perceber as soluções que a Natureza oferece para a ampliação de suas práticas e para a implementação do ESG, especialmente em relação à promoção de um sistema de governança inovador.
Na segunda, apresento os direitos da Natureza, o movimento global e as políticas públicas já encaminhadas para sua promoção. O objetivo é sensibilizar sobre a importância da mudança do paradigma antropocêntrico para um modelo biocêntrico ou ecocêntrico.
O impacto que busco gerar com as palestras é, principalmente, a expansão da consciência dos participantes. Quero inspirá-los a repensar seu papel no mundo e a escolher práticas que contribuam para a construção de um futuro mais sustentável, com um olhar para o bem viver.
Acredito que, entendendo a importância da nossa conexão com a Natureza e adotando seus princípios, podemos transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor. As palestras, adaptadas às necessidades de cada organização, são um convite à reflexão e ação.
As palestras, que podem ser adaptadas às necessidades de cada organização, são um convite à reflexão e ação.
Além disso, ofereço um programa chamado “da Escola Viva do Bem Viver”, que promove conhecimentos sobre e práticas do bem viver para os funcionários de empresas.
Acredito que minhas palestras são um convite para a transformação, abordando temas cruciais para o futuro da humanidade no nosso planeta.
Para mais informações sobre o trabalho de Vanessa Hasson, palestras e parcerias:
Agência Comunicação: @gaivotacomunicacao
Site: https://mapas.org.br/
Instagram: @vanessahasson
LinkedIn: Vanessa Hasson