A história de Ana Carolina Gaivota, também conhecida como Carol Gaivota, é daquelas que se cruzam com a de tantas outras mulheres brasileiras: múltiplas carreiras, maternidade, recomeços, crises e, no fim das contas, a construção de um negócio com alma. Hoje, fundadora da Gaivota Comunicação, agência que une assessoria de imprensa, consultoria estratégica e marketing digital, ela se tornou referência para mulheres que desejam mais do que apenas seguidores, querem autoridade real.
Mas a comunicação não entrou em sua vida como uma escolha óbvia. Tudo começou com cartões de Natal vendidos aos nove anos de idade, em sociedade com uma amiga. “Percebi que, se eu falasse com as pessoas, dava mais certo”, conta Ana. A primeira “empresa” faliu, mas deixou um aprendizado vital: o poder da interação direta com o público. Era o embrião do que viria a ser sua filosofia de trabalho.
Os caminhos da reinvenção
Antes de se encontrar no jornalismo, Ana passou por diversas “recalculadas de rota”, como ela mesma define. Fez curso para comissária de bordo e estudou design de interiores, mas não se sentiu realizada. Foi então que um teste vocacional a guiou para o jornalismo. “A diversidade de experiências me ensinou a adaptar, a ser resiliente e a compreender a fundo o negócio do cliente”, afirma.
Essa compreensão holística virou o alicerce da Gaivota Comunicação. Fundada com o propósito de atender marcas de maneira estratégica e personalizada, a agência trabalha com o conceito de comunicação 360º, algo que, para Ana, significa muito mais do que estar presente em todos os canais. “É sobre posicionar a marca de forma autêntica, relevante e duradoura no mercado.”

A revalorização da assessoria de imprensa
Curiosamente, a especialidade de Ana nasceu de um movimento contrário à tendência da época. No início de sua carreira, a assessoria de imprensa era considerada o “último lugar” para um jornalista trabalhar.
Foi a necessidade, após um divórcio e com uma filha pequena, que a levou a essa função. Mas o destino a colocou na Selma Caetano Comunicação, referência no setor cultural, onde ela mergulhou em projetos como a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).
Lá, compreendeu a força da assessoria de imprensa como estratégia de credibilidade. “Entendi que o papel da assessoria vai além da publicidade. Trata-se de buscar o interesse jornalístico, gerar autoridade e construir reputação”, explica. Com isso, transformou o que era visto como um “plano B” no core de sua própria agência.
Empreender com filhos e propósito
A maternidade também desempenhou um papel crucial em sua trajetória. Com duas filhas, sendo uma com autismo, Ana precisou fazer escolhas compatíveis com sua rotina familiar. “A maternidade foi pontual e cirúrgica nas minhas decisões. Recalculei a rota diversas vezes para conciliar agenda e propósito”, diz.
Esse contexto a levou ao empreendedorismo e, mais tarde, à criação de uma mentoria voltada a mulheres: “Jornada para a Fama – Método Gaivota”, direcionada a empreendedoras com mais de cinco anos de mercado que não se sentem reconhecidas como autoridade. “Elas investem pesado em redes sociais, mas ainda não conquistaram espaço na mídia. A mentoria as ajuda a se apropriar da própria história e a fortalecer sua imagem pública.”

Comunicação 360º e reputação digital na era das IAs
Na Gaivota Comunicação, os serviços vão desde assessoria de imprensa e consultoria até rebranding, produção de conteúdo com SEO, relações públicas e campanhas sob medida.
Um dos diferenciais está na integração entre os mundos digital e offline. “Por mais que o negócio seja online, em algum momento será necessário conversar, fazer networking, estar presente. O social media traz alcance, a assessoria traz credibilidade”, afirma Ana.
E num cenário cada vez mais moldado por inteligências artificiais generativas como o ChatGPT, a reputação digital se tornou ainda mais estratégica. “As IAs buscam fontes confiáveis e recorrentes. Estar presente em veículos de mídia de prestígio é o que garante que sua marca será lembrada, citada e recomendada pelas máquinas”, diz.
Media training e construção de autoridade
Ana também é defensora do media training como parte do processo de construção de autoridade.
Para ela, não basta ter conteúdo: é preciso saber comunicar com clareza, confiança e profissionalismo. Dentre suas dicas para quem vai dar uma entrevista estão: vestir cores neutras, manter postura ereta, articular bem as palavras e treinar previamente os principais pontos a serem abordados.
Ela ressalta ainda a importância de gerenciar expectativas dos clientes sobre a visibilidade na imprensa. “A assessoria trabalha com mídia espontânea, então não garantimos publicação, mas sim aumentamos muito a chance disso acontecer, graças ao nosso olhar jornalístico e ao relacionamento com a mídia.”

Uma missão maior
Ao fim da conversa, Ana deixa uma mensagem forte para outras empreendedoras: “Mentoria encurta caminho. A gente precisa de fôlego para continuar. O propósito não é apenas ser empresária, mas seguir sua missão e focar no que ama delegando o restante para crescer. A assessoria de imprensa é um investimento em reputação e autoridade que nenhuma mídia paga consegue replicar.”
Com um olhar afiado, um coração inquieto e um senso de missão alinhado ao tempo em que vivemos, Ana Carolina Gaivota segue voando alto e ajudando outras mulheres a fazerem o mesmo.